Samuel Pompeo

SAMUEL POMPEO

Com mais de 30 anos de carreira, o saxofonista paulistano Samuel Pompeo lança o disco “Passos Largos”, em um novo show com formação de quinteto, fruto de sua pesquisa que explora as sonoridades do Choro e do Jazz modernos.

Final do século XIX, começo do século XX. Nova Orleans nos Estados Unidos e Rio de Janeiro no Brasil. Germinando sobre o mesmo terreno – a mistura única de estilos musicais europeus com a música africana – nascem dois gêneros: o Choro e o Jazz. Quem escuta músicos atuais desses dois mundos pode demorar a acreditar que suas origens foram muito semelhantes. Ambos os gêneros seguiram caminhos diferentes, ainda que tenham sofrido algum intercâmbio em suas primeiras décadas.

A semelhança no início e a distância no presente entre esses estilos musicais intrigaram o saxofonista Samuel Pompeo, que procura responder: qual seria a sonoridade do Choro moderno combinado ao Jazz? O resultado que as pessoas vão ouvir no show do disco “Passos Largos” é a síntese dessa busca. Os ouvintes irão encontrar características – ora rítmicas, ora harmônicas – que são muito presentes na cena jazzística atual. O repertório dessa experimentação traz, por exemplo, o tradicional “Descendo a Serra”, de Pixinguinha e Benedito Lacerda — que ganha o caráter rítmico, a harmonia e os improvisos do jazz — e “Dodecafonando”, composto por Samuel baseado na música dodecafônica de Schoenberg.

O Samuel Pompeo Quinteto é o resultado performático dessa curiosidade. Os cinco músicos não são típicos chorões, mas guardam pelo gênero uma admiração especial. O saxofonista Samuel Pompeo, autor da pesquisa que foi a centelha para o trabalho do grupo, tem uma longa história atuando em grupos de destaque na cena musical brasileira, como a Soundscape Big Band, a Banda Mantiqueira, e a Banda Savana. Completam o quinteto os músicos: Dino Barioni (guitarra), Paulinho Vicente (bateria), Sidney Ferraz (piano) e Gustavo Boni (contrabaixo), todos expoentes da música instrumental de São Paulo.

Atendendo ao chamado de J.T. Meirelles, que em 1964 convocava os músicos brasileiros à criação de obras originais que fizessem emergir todo o seu talento e a criatividade, Samuel Pompeo oferece no show “Passos Largos” uma visão particular do Choro, livre de preconceitos e abraçando a renovação artística.